Belo Horizonte onze de fevereiro Brasil é carnaval. Foi aqui
entre as montanhas que achamos o ouro e nascemos a urbe. Minas família deus
galinha e quiabo. Carne de porco na banha – mas com decência! Torresmo gordura
e fumo de rolo. Mas quem cozinha é a escrava empregada promovida a secretária.
Isso não importa. O que importa é que o cinegrafista da imprensa que a gente
detesta morreu. Ele é trabalhador. É pai de família. Como o pedreiro. A gente
vigia o pedreiro. A gente vigia todo mundo com as
câmeras da bhtrans. Só não pode multar. Prender pode. Bater pode. Matar pode.
Só não pode multar. Cadê o ouro? Hoje é domingo, pede cachimbo. Fumar não pode.
A menina foi presa porque matou o pai. Freud explica? O mundo está acabando e todo
mundo já o disse, desde que começou. O que há de novo, além do Brasil? O
litoral quase foi francês no século XVI. Por pouco não fomos iluministas no
século XVIII. Terra do quase, somos quasares que causam por acaso. Tudo é quase
e nunca se sabe a causa. Mas que causa, essa coisa, isso causa! E incomoda. Ah,
diamantes, Diamantina, Ouro Preto! Lá onde nunca fui eu já estive, entre rezas
e bebedeiras, velas e isqueiros, sexo e sagrado e triângulo – libertas quae sera tamen!. Pai, filho e
espírito santo. Mais a empregada. Quadrilátero ferrífero. Em Minas tudo é
barroco e contido, tudo é demais e muito pouco, tudo rouco, engasgado,
exagerado e muito, muito, muito pouco. Jantar em família: “Minha honestidade?
Só a defendo, mas nunca a coloquei à prova.” Aqui tudo é ouro, país tropical
abençoado por deus e bonito por natureza. Eldorado dos Carajás, dos Caraíbas e
do Porto Seguro! Pirita-pipoca-piroca-e-pipoco! Não vai ter copa. Só sala,
cozinha e dce. E uma vaga na garagem.
11 de fevereiro de 2014
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Um comentário:
https://www.youtube.com/watch?v=4Fj8mPMphCI
"La farfalla"
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