11 de fevereiro de 2014

copa, cozinha, quarto, sala e dce





Belo Horizonte onze de fevereiro Brasil é carnaval. Foi aqui entre as montanhas que achamos o ouro e nascemos a urbe. Minas família deus galinha e quiabo. Carne de porco na banha – mas com decência! Torresmo gordura e fumo de rolo. Mas quem cozinha é a escrava empregada promovida a secretária. Isso não importa. O que importa é que o cinegrafista da imprensa que a gente detesta morreu. Ele é trabalhador. É pai de família. Como o pedreiro. A gente vigia o pedreiro. A gente vigia todo mundo com as câmeras da bhtrans. Só não pode multar. Prender pode. Bater pode. Matar pode. Só não pode multar. Cadê o ouro? Hoje é domingo, pede cachimbo. Fumar não pode. A menina foi presa porque matou o pai. Freud explica? O mundo está acabando e todo mundo já o disse, desde que começou. O que há de novo, além do Brasil? O litoral quase foi francês no século XVI. Por pouco não fomos iluministas no século XVIII. Terra do quase, somos quasares que causam por acaso. Tudo é quase e nunca se sabe a causa. Mas que causa, essa coisa, isso causa! E incomoda. Ah, diamantes, Diamantina, Ouro Preto! Lá onde nunca fui eu já estive, entre rezas e bebedeiras, velas e isqueiros, sexo e sagrado e triângulo – libertas quae sera tamen!. Pai, filho e espírito santo. Mais a empregada. Quadrilátero ferrífero. Em Minas tudo é barroco e contido, tudo é demais e muito pouco, tudo rouco, engasgado, exagerado e muito, muito, muito pouco. Jantar em família: “Minha honestidade? Só a defendo, mas nunca a coloquei à prova.” Aqui tudo é ouro, país tropical abençoado por deus e bonito por natureza. Eldorado dos Carajás, dos Caraíbas e do Porto Seguro! Pirita-pipoca-piroca-e-pipoco! Não vai ter copa. Só sala, cozinha e dce. E uma vaga na garagem.


Um comentário:

Unknown disse...

https://www.youtube.com/watch?v=4Fj8mPMphCI

"La farfalla"