Festival Mundial de Circo em Belo Horizonte. Hoje houve apresentação de um grupo francês, Les Apostrophés, no Parque Municipal. Um quarteto mambembe, que realizava acrobacias com objetos simples, como uma bengala, caixas, um livro e baguetes de pão. Aliás, foram vários os números com baguete (eu falei que eles eram franceses?). Num deles, depois de comer um pedaço do pão, um dos atores joga um cigarro pelas costas a fim de apanhá-lo pela boca, tal qual fazemos com uma bolinha de tênis (pegando com a mesma mão que fora lançada, não com a boca!). E depois acende-o com um fósforo da mesma maneira, no ar! Impressionante! Mais impressionante ainda foi a incipiente – e felizmente ofuscada pelos aplausos – vaia do vulgo anti-tabaco. Provavelmente acharam que houvesse apologia ao fumo naquilo tudo. Santa-paciência, Batman! Ô povo chato...
É interessante notar o que se pode fazer com a banalidade à sua volta, desde que se tenha destreza. Tais números requerem habilidade. Aliás, habilidade precisou o público para mudar de lugar. Estratégia para prever onde será o próximo número. Eles mudavam de lugar a cada quadro! No final das contas, o espectador tipo-ideal-da-escolha-racional assiste apenas a metade do espetáculo, preferindo renunciar a um quadro para conseguir um lugar de ótima visibilidade, visto que "visibilidade no próximo espetáculo" é inversamente proporcional a "assistir todo o espetáculo".
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