4 de agosto de 2011

olho vê, olho sente/ olho fala, olho mente


A fotografia, como toda arte, literatura ou antropologia se realiza como um processo de tradução. Sempre precário, sempre imperfeito. Sempre operando, por bricolagem e justaposição, a tentativa de dizer o indizível, o nebuloso, o maravilho, o incerto, o estranho e o inaudível. Um limar infinito, um trabalho de Sísifo. Maldição sedutora, tortuosa, esfuziante. Só o completa quem não se atém à completude. Sem Absoluto. Sem luto. Universos sem sóis, mas com estrelas brilhantes, luminosas, cintilantes. Só termina -- o interminável -- quem rumina o fragmento. Deve-se voltar ao campo -- à noite, de preferência!

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